Dias escuros, frios e silenciosos. O chamado sem palavras cortando o coração e arremessando a minha alma para perto de um precipício. Atrás, tudo lindo, radiante, alegre e quase perfeito. Eu estava sendo jogada para longe de toda a perfeição que conhecia; sendo afastada. Sem nenhuma força aparente para deter as forças naturais que me encurralavam. Estava com os calcanhares na beira do precipício. O medo arrombou o meu coração e escutei um gemido de dor e sofrimento. Então percebi que era a minha vez e o chamado era para mim. Fui jogada no precipício que parecia não ter fim.
O vento gelado batia no meu rosto, deixando ele duro e gelado. Meu corpo paralisado, tentando lutar contra a canção que ecoava no precipício fundo. A melodia era relaxante e harmoniosa. Meus olhos lacrimejando e banhando os campos da porta da minha alma. Olhos fechados, mente ativa. Uma criança brincava com o pai em um jardim; uma mãe sorria para o filho que acabava de nascer; Um homem tentava seguir o que a maioria fazia; procurava um rio em um mar; seguia uma linha de pensamento e não questionava seus pensamentos; trabalhava em todos os momentos, mesmo quando a filha pedia um passeio; lembrava do amor que sentia por sua família e de quantas oportunidades não soube expressar isso. Agora conseguia ver o que não via antes.
Em segundos vi toda a minha vida e dancei ao balanço do vento. Quando abri os olhos estava sozinha na beira do precipício, profundo e tão real, pronto para cair e viver a experiência da ida até ao fundo do espírito e do tombo de crenças sem fundamento, correntes imaginárias e ignorância ignorada. Não tive medo e dei o primeiro passo para o primeiro vôo.
Oi.
ResponderExcluirCair nesse precipício metafórico é viver angustiadamente cada nova emoção. Sabendo que virão dores. Mas também, muita satisfação. Por outro lado, às vezes é mais fácil, cômodo e pouco desafiador pular, do que manter os pés no chão.
Abç,
Adh2bs