domingo, 17 de junho de 2012

As cartas que eu não mando...

As palavras somem, eu tento dizer e não consigo, eu queria gritar tudo o que eu senti, eu queria dizer tudo o que eu escondi, responder as perguntas que eu fiz, pois eu sempre soube todas as respostas, eu escrevi milhões de vezes, e todas as vezes eu desisti, e depois de tanto tempo... bem eu segui, eu não sou a mesma de antes, eu não sou aquela que escreveu uma frase na capa do caderno, eu admito que também guardei todas aquelas coisas, que aquele vídeo ainda esta arquivado em alguma pasta oculta... eu só sei que há muito tempo eu não reviro aquela caixa, eu sei que tem muito tempo que eu não tiro nada  pra lembrar do passado... Eu segui, eu caminhei, não olhei para trás para ver se alguém acenava, eu fui andando, e é claro que eu sonhei inúmeras vezes que alguém seguraria a minha mão e me pediria para esperar, mas isso não aconteceu e eu fui caminhando, e fui passando por aquele estagio, depressão-raiva-saudade-aceitação, e eu sobrevivi a esse estagio, e ninguém correu atrás de mim, ninguém parou para perguntar se eu estava bem e isso não  me fez parar de caminhar... E eu segui... eu contruí outro caminho, outra historia, uma versão nova...  E agora depois de todo esse tempo, depois de colocar em cima daquelas lembranças novas lembranças, eu escuto aquele grito, eu vejo passando pela rua e me parte o coração,  eu vejo o celular tocar e não quero atender, eu invento um ninguém para explicar.. e eu lembro que antigamente eu daria tudo para que ele tocasse... mas hoje não...hoje eu não quero nada daquele passado, hoje isso me da medo. Hoje eu senti que aquilo não era paz, que eu não poderia ser... que nunca teria dado certo.