quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Pai faz 4 anos...

Faz 4 anos, longos 4 anos que você foi embora...
Eu lembro como se fosse hoje do dia em que você não voltou, dos dias que se seguiram e eu fiquei esperando acordada que você viesse para me dar aquele beijo de Boa noite e passar a mão pela minha cabeça e dizer “Dorme com Deus”.
4 anos Pai, 4 longos anos...
Ainda hoje vaga por minha mente uma duvida...
Mas não me importa mais os motivos, não me importa mais os por que’s.
Só me importa no momento essa saudade, essa vontade de sentir aquele beijo de boa noite e a tua voz sussurrante...
Ahhh pai 4 anos sem sua presença, sem saber bem como está...

No fundo, sinto raiva e não compreendo sua atitude e todas as vezes que te vejo há a vontade de lhe dizer e tentar entender, mas na hora eu travo e não digo nada.
Superficialmente eu sou a garota que entendeu perfeitamente o que aconteceu e poupou os pais de perguntas obvias, sou a garota que não precisou de cuidados e que perguntassem se estava tudo bem...

Em que momento me pergunto se é que ouve esse momento em que eles se lembrassem que estavam deixando duas crianças sem entender nada, sem saber por que o Pai saiu pra trabalhar e nunca mais voltou e por que a Mãe se escondia pelos cantos para poder chorar...

Em que momento O senhor Pai pensou em nos quando se mudou sem nem avisar que estava indo para outra cidade, em que momento pensou em nos quando disse que só queria o melhor para todos...

Em que momento pensou em Mim, em minhas vontades quando me obrigou a passar o natal com o senhor quando na verdade na noite de natal estaria trabalhando...

E daqui a alguns anos como poderá querer cobrar explicações para as minhas rebeldias se nunca esteve presente para controlá-las.

Pai pudera eu concertar todos os erros que cometeu, esquecer todas as magoas que guardo dentro do peito e perdoar verdadeiramente a solução que encontrastes para os teus problemas.

Pai se o senhor soubesse como me fazes falta, como queria poder te abraçar e dizer: Eu te amo de verdade sem pensar em tudo que me sufoca...

Pai, um dia, eu sei o senhor vai voltar, vai ver que o tempo passou e o senhor não esteve em casa para conhecer o meu primeiro namorado, não esteve em casa pra poder torcer por mim naquele jogo de basquete que todos já sabiam perdido, pra me desejar sorte no meu emprego, pra ir me buscar na festa que acabou de madrugada, pra poder exigir cuidado e juízo, pra poder me abraçar e consolar quando eu descobri que nem sempre as coisas são como eu quero...
E pai, sei que isso vai doer e muito, mais do que em mim dói Hoje...
Mas pai se essa vontade aparecer, se essa vontade de voltar aparecer, volte mesmo que tenha perdido uma grande parte dessa minha vida, volte pra não perder o restante e quem sabe assim nos possamos esquecer as magoas e entender o que aconteceu...
Pai eu ainda te amo, e espero que um dia o senhor volte...

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